Para muitos diretores de cinema, a filmagem é uma profissão. No entanto, para Werner Herzog, o ato de filmar é a própria essência de sua existência. Sua vida é tão aventureira e única quanto os filmes que cria. Essa é a impressão deixada ao ler seu maravilhoso livro de memórias, intitulado Cada um por si e Deus contra todos, lançado recentemente no Brasil pela editora Todavia, com uma tradução excepcional de Sonali Bertuol.
Originalmente publicado em 2022, quando completou 80 anos, o livro transita habilmente entre diferentes períodos e temas, demonstrando a mente brilhante e inquieta do cineasta.
Desde sua infância, Herzog sempre foi fascinado por experiências extremas e por personagens à beira da sanidade. Seus filmes de ficção frequentemente retratam indivíduos dominados por delírios de grandeza (como em Aguirre, Fitzcarraldo) ou esmagados por sua estranheza e solidão implacável (Kaspar Hauser, Stroszek, Nosferatu). São figuras que transcendem a vida comum.
Explorando os limites
Mesmo em seus documentários, Herzog busca sempre as situações limites: o esquiador desafiando a morte, o homem devorado por ursos, a criança surda e cega e sua interação com o mundo, o indivíduo que se recusa a deixar sua casa durante uma erupção vulcânica. Filmar em locais remotos e desafiadores é uma de suas paixões.
O que impressiona no livro é a forma natural como esses temas e personagens entram na vida de Herzog, fundindo-se com sua própria existência, como se não houvesse fronteira clara entre sua vida pessoal e sua obra cinematográfica. Sua abordagem é visceral, longe de ser intelectual ou distante.
Autodidata em diversas áreas – desde esqui até hipnose (usada no elenco de Coração de cristal, de 1976), da etnografia ameríndia ao estudo da Bíblia – Herzog começou a fazer cinema após ler um manual simples de poucas páginas. Ele acredita que não é preciso mais do que isso para filmar. Seus primeiros filmes eram tecnicamente rudimentares, a ponto de sua editora Beate Mainka-Jellinghaus se recusar a assisti-los nas estreias.
Aprendizado através do erro
Essa abordagem de aprender através do erro, que o levou a dirigir óperas renomadas sem saber ler partituras, resultou em uma filmografia impressionante, com várias obras-primas. Destacam-se os ép…
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