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Análise | Arcane (Netflix, 1ª Temporada): corajosa e perfeita

Apesar de poderem ser comparadas com diversos live-actions existentes, as animações oferecem muito mais liberdade em suas possibilidades. Isso permite que os realizadores extrapolem suas ideias, tornando o gênero um ambiente rico para conceber coisas extraordinárias. Para a satisfação dos fãs dos jogos da Riot Games e dos admiradores de produções de qualidade, “Arcane“ chegou ao catálogo da Netflix como uma das melhores animações e adaptações de jogos recentes.

A série aborda dois conflitos principais que se entrelaçam durante a narrativa. O primeiro envolve as irmãs Jinx e Vi, personagens populares do League of Legends, que acabam se tornando adversárias após vários traumas separarem seus caminhos. Ambas estão inseridas em um segundo confronto envolvendo as cidades Piltover e Zaun. Embora as premissas não sejam exatamente originais, o diferencial da história contada em “Arcane” é a coragem de abraçar decisões difíceis dentro do que foi apresentado inicialmente.

A mitologia contida no jogo original é vasta, então a escolha dos criadores da série, Christian Linke e Alex Yee, foi fundamental. A animação fornecida pela Fortiche Productions apresenta um estilo tradicional misturando produção em 3D com texturas em 2D, criando uma experiência visual única.

A série mostra personagens complexos, como Silco, que apesar de suas intenções “vilanescas”, possui um passado traumático e uma convicção na causa que luta. Jinx também é uma personagem profunda e sua complexidade é explorada ao longo da história.

Apesar da profundidade dos personagens, o conflito entre Piltover e Zaun deixa um pouco a desejar. No entanto, a intriga e os impactos da tecnologia Hextech na política interna e externa funcionam bem e adicionam complexidade à narrativa.

Todo o cuidado com o desenvolvimento de cada personagem eleva “Arcane” ao posto de obra-prima do audiovisual. A série rompe com os caminhos fáceis e oferece uma abordagem corajosa e apaixonada pelo material original.

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