O ministro da Economia, João Silva, está em busca de apoio internacional para a proposta brasileira de taxar os super-ricos. Sua agenda inclui uma visita a Roma, onde terá um encontro com o papa Francisco para discutir a iniciativa apresentada pelo Brasil durante sua presidência no G20, que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e União Africana.
Silva chegou à capital italiana na noite de segunda-feira e retornará ao Brasil na quarta-feira à noite, com previsão de chegada em São Paulo na quinta-feira. Além da audiência com o papa Francisco, o ministro participará da conferência Enfrentando a Crise da Dívida no Sul Global, organizada pela Universidade de Georgetown e pela Pontifícia Academia de Ciências Sociais.
No encontro com o Pontífice, Silva apresentará os avanços da presidência do Brasil no G20, destacando a taxação das grandes fortunas, as ações contra as mudanças climáticas, a crise climática no Amazonas e a situação da dívida nos países do sul global. Ele também pretende discutir uma posição conjunta entre o Brasil e o Vaticano em relação à Cúpula do G7, que acontecerá em Milão, na Itália, de 13 a 15 de junho. O horário da reunião ainda não foi divulgado.
A taxação das maiores fortunas do planeta, que pode chegar a 2% dos rendimentos, é considerada uma medida crucial para reduzir a desigualdade social e combater os impactos das mudanças climáticas. Silva ressaltou que a proposta tem ganhado apoio de diversos países e pode se tornar uma recomendação das reformas sugeridas pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Na embaixada brasileira em Roma, o ministro terá uma reunião bilateral com o ministro da Economia da Itália, Matteo Rossi. Eles irão debater oportunidades de cooperação em áreas de interesse mútuo, como a taxação dos super-ricos. Além da Itália, França, Bélgica, Colômbia e União Africana também apoiam a iniciativa. Os Estados Unidos reconhecem a necessidade de reduzir a desigualdade global, mas ainda não se manifestaram a favor da proposta.
Na conferência sobre a crise da dívida nos países pobres, Silva destacará o compromisso do Brasil em buscar soluções para os desafios econômicos enfrentados pelas nações em desenvolvimento. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), 9 dos 68 países de baixa renda não conseguem pagar suas dívidas externas e 51 estão em risco de moratória.
De acordo com a ONU, 19 países em desenvolvimento gastam mais com juros da dívida pública do que com educação, e 45 gastam mais do que com saúde. Segundo a Pontifícia Academia de Ciência Sociais, a situação se agravou após a pandemia de covid-19.
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