JOHANNESBURG, ÁFRICA DO SUL (FOLHAPRESS) – Em uma declaração nesta terça-feira (24), o CEO da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, previu uma redução nos preços das passagens aéreas até o final do ano devido à diminuição do custo do querosene de aviação.
O combustível usado nas aeronaves teve uma queda de 8,8% em setembro. No acumulado do ano, a redução é um pouco mais modesta, de 8% – com perspectivas de novas reduções nos preços nos meses seguintes.
“O preço do querosene de aviação tem caído cerca de 20% nos últimos meses. Estamos bastante animados para a alta temporada. Temos enfrentado preços altos por muitos anos, então […] com a queda de 20% no preço do combustível, estamos entusiasmados”, afirmou John.
De acordo com o CEO da Azul, leva entre 30 e 45 dias para a empresa aérea repassar os ajustes nos preços para os consumidores. “Isso também depende do momento em que a pessoa adquire a passagem aérea”, acrescentou.
John Rodgerson também mencionou que a Petrobras provavelmente reduzirá novamente o valor do combustível de aviação. A empresa baseia-se em dados diários sobre QAV (querosene de aviação) para prever a queda.
O presidente da Azul também garantiu que a empresa não usará a dívida de R$ 1,2 bilhão da TAP para capitalizar a companhia aérea portuguesa.
O governo português está tentando privatizar a TAP pela segunda vez. O grupo alemão Lufthansa está interessado e iniciou conversações para avaliar a viabilidade do negócio. Com o progresso da privatização, a Azul contratou um escritório de advocacia na Europa para cobrar a dívida.
“Investimos na TAP em 2016. Contribuímos com 90 milhões de euros para ajudar a capitalizar a empresa. É uma dívida antiga que já foi reconhecida”, explicou John Rodgerson.
Ele destacou que a dívida voltou às manchetes porque a “TAP está considerando outra venda”. “Com essa venda, eles terão que quitar [a dívida]”, acrescentou.
Questionado se a dívida pode ser convertida em ações da TAP, John respondeu negativamente.
O CEO da Azul falou com jornalistas nesta terça após a empresa assinar um acordo de cooperação com a FAB (Força Aérea Brasileira) para integrar um banco de dados sobre militares da reserva aos sistemas da empresa.
O objetivo é permitir que os militares, ao deixarem a FAB, possam participar de processos seletivos da companhia aérea para possíveis contratações. John anunciou durante o evento que a Azul contratará 1.300 ex-militares até o final de 2025.
Em entrevista após o evento, John Rodgerson mencionou que o FNAC (Fundo Nacional de Aviação Civil) é crucial para garantir investimentos no crescimento das empresas aéreas após a pandemia ter um impacto significativo no setor.
O Fundo Nacional de Aviação Civil foi estabelecido por uma lei assinada pelo presidente Lula (PT) em 18 de setembro, que disponibilizará cerca de R$ 5 bilhões em crédito para as empresas aéreas.
“Somos uma das poucas indústrias que não tinham acesso a uma linha de crédito do governo. Agora temos. Isso nos permite adquirir mais aeronaves e aumentar nossos voos”, disse o CEO da Azul.
John afirmou que o FNAC garante investimento “regular” e que as empresas aéreas podem “contar com essa linha de crédito” para cumprir seus compromissos de investimento.