O senador Confúcio Moura (MDB-RO), responsável por elaborar a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025, mencionou que pode ser necessário um ajuste nas projeções fiscais, especialmente em relação à dívida pública, devido à manutenção da taxa de juros em um nível mais elevado. Durante uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), o senador destacou a possibilidade de o Ministério da Fazenda enviar sugestões de ajustes.
Embora tenha afirmado que não discutiu com Haddad e sua equipe sobre modificações na meta fiscal de 2025, o senador assegurou que o governo continua comprometido com a meta de zerar o déficit no próximo ano.
Moura explicou que a base das projeções enviadas em abril considerava uma redução das taxas de juros, enquanto a manutenção da Selic em 10,5% ao ano pelo Banco Central pode requerer alterações nos dados da dívida pública. Ele ressaltou a importância de ajustar as projeções de acordo com a realidade econômica, levando em consideração a rigidez das taxas de juros.
Os parâmetros do PLDO enviado em abril previam a taxa Selic acumulada em 8,05% para o próximo ano, com estimativas de 7,22% em 2026, 7,02% em 2027 e 6,77% em 2028. Já em relação à dívida bruta do governo geral, a previsão era de 77,9% do PIB em 2025, chegando a 79,1% em 2026 e 79,7% em 2027. Segundo as projeções, a dívida bruta atingiria seu pico em 2027 e começaria a declinar a partir do ano seguinte.
O Tesouro Nacional, em uma projeção divulgada em março, indicou que o ano de 2026 poderia marcar o início do processo de estabilização da dívida em relação ao PIB, caso houvesse um superávit de 0,5% em 2025. Em caso de frustração na arrecadação adicional, a dívida atingiria o pico em 2027 e iniciaria a trajetória de queda a partir de 2029.