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Taumaturgo Ferreira recorda polêmica saída de ‘Renascer’

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma das cenas mais marcantes do remake de “Renascer” (Globo) foi a morte de José Venâncio (Rodrigo Simas), exibida na semana passada. Na novela original, de 1993, o sumiço do personagem não fazia parte do roteiro original de Benedito Ruy Barbosa, mas foi a solução encontrada pela produção para afastar Taumaturgo Ferreira da trama. O ator teria manifestado insatisfação com a direção de seu personagem, um dos filhos de José Inocêncio – algo que ele nega até hoje.

“Não vi e, aliás, não vejo a novela. Nenhuma e há muito tempo. Soube que foi uma cena forte e que repercutiu demais. Fico feliz porque essa versão tem atores ótimos, assim como a anterior, e a gente tem que torcer pelos colegas”, afirmou o ator em entrevista. Ele admitiu ter se sentido desapontado por cerca de uma década após sua saída conturbada da novela.

“Na época, fui excluído da trama, fiquei fora do jogo, e tudo bem, faz parte”, disse o ator. “Mas ao longo dos anos, percebi que foi algo muito pesado. Isso me prejudicou por um bom tempo e levei uma década para resolver essa questão comigo mesmo”, lamentou. “Mas não guardo mágoas do episódio.”

Ele relembrou o convite feito pelo diretor Roberto Talma (1949-2015) para participar do elenco. “Talma era como um irmão para mim e ocupava o cargo de diretor geral da novela, acima de Luiz Fernando Carvalho, e foi ele quem me convidou”, contou.

“Quando li o resumo, achei que o papel era estranho”, afirmou. “Tinha vindo de dois sucessos, ‘Top Model’ (1989) e ‘Araponga’ (1990), e comentei um pouco sobre a trajetória de Zé Venâncio. Não reclamei de nada e fui fazendo meu trabalho até gravar a última cena. Sabe o que aconteceu? Eu deveria ter ouvido minha intuição”, lembrou Taumaturgo, citando dois exemplos de trabalhos que fez por instinto e foram bem-sucedidos: o Urubu em “Anos Dourados” (1986) e Januário em “O Cravo e a Rosa” (2000).

Embora goste de atuar em novelas, Taumaturgo tem se distanciado desse formato nos últimos anos. Seu último papel fixo foi em “Ribeirão Preto” (2010), na Record. “Sempre gostei e me diverti fazendo novelas; na maioria delas, fui muito feliz. Mesmo”, avaliou. “Não gosto de forçar a barra, de ficar pedindo papéis. Nunca fiz isso. Não é arrogância. É algo que me faz bem e me dá segurança.”

Recentemente, ele tem sido mais convidado para participar de séries. Agora ele aguarda o lançamento de “Reencarne” no Globoplay, sob a direção de Bruno Safadi. “É uma série sombria e pesada, com um tema sobrenatural”, adiantou. “Filmamos no ano passado e é uma produção que vai dar o que falar. Foi muito legal participar.”

O ator, que completou 68 anos em janeiro, encarou com bom humor a última pergunta sobre seu segredo para manter uma aparência jovem eternamente. “Não há um dia em que alguém não me pare na rua e me pergunte sobre isso (risos)”, contou. “Não tem segredo. A única coisa que faço e não abro mão é da minha corrida diária de 12 km. Mesmo com problemas na perna esquerda desde 2017, que ainda não operei, continuo correndo.”

https://gazetadesorocaba.com/taumaturgo-ferreira-relembra-saida-tumultuada-de-renascer/