Os trabalhadores da Eletrobras aprovaram, na segunda-feira à noite, a recomendação dos sindicatos para manter a categoria em estado de greve até que todas as assembleias votem pela realização de uma greve por tempo indeterminado. A decisão de protesto se deve à insatisfação dos trabalhadores com a proposta da empresa para o Acordo de Trabalho Coletivo (ACT) 2024/25.
“A proposta da Eletrobras é vista como extremamente desfavorável pelos líderes sindicais. Além de prever redução salarial e demissões para parte dos funcionários, a empresa deseja alterar questões sensíveis como plano de saúde e plano de cargos e salários”, declarou o CNE em comunicado, aguardando a oficialização da proposta da empresa para hoje, para que assim a greve possa ser decretada.
Inicialmente, a Eletrobras propôs uma redução de 12,5% nos salários abaixo de R$ 16 mil e pretendia negociar individualmente com quem ganha acima desse valor.
Posteriormente, a empresa reduziu o corte para 10% e, na última proposta, retirou completamente a redução salarial para quem recebe menos de R$ 16 mil da mesa de negociações.
“Todas essas ações parecem contraditórias, considerando que a Eletrobras acabou de apresentar um lucro de R$ 4,4 bilhões, distribuiu R$ 1,3 bilhão em dividendos e pagou R$ 83 milhões aos seus administradores”, afirmou o CNE. “Nas negociações mais recentes, a direção da Eletrobras só recuou quando os trabalhadores entraram em greve e a mediação foi feita no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Parece que este ano não será diferente”, concluiu.
