Os trabalhadores técnico-administrativos das universidades federais decidiram manter a greve, mesmo após o término da paralisação dos professores.
Nesta segunda-feira (24), a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições de Ensino Superior Públicas no Brasil) decidiu não aceitar o acordo que será assinado com o governo Lula (PT) na quarta-feira (26), em contraste com os docentes.
A decisão foi tomar tempo para discutir as propostas apresentadas pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, evitando tomar uma decisão precipitada.
Sem a presença dos técnicos nas universidades, será difícil operar normalmente, visto que eles são responsáveis pela manutenção dos espaços, pela administração dos restaurantes universitários e pela operação de laboratórios, essenciais para as aulas práticas.
Como resultado, os alunos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), por exemplo, decidiram boicotar as aulas até que os funcionários retornem.
Os técnico-administrativos iniciaram a greve em 15 de março, cerca de um mês antes dos professores, solicitando uma progressão de carreira mais rápida e um reajuste salarial a partir deste ano.
A proposta do governo consiste em permitir a progressão a cada cinco anos, possibilitando chegar ao topo da tabela com 15 anos de serviço. Em relação ao salário, o governo de Brasília prevê um aumento percentual de 9% apenas a partir de janeiro de 2025, o que desagradou os servidores.
A greve dos professores das universidades federais chegou ao fim no domingo (23), após 69 dias. O Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) afirmou que a maioria de suas instituições filiadas optou por encerrar a paralisação em uma assembleia.
O motivo para o fim da greve foi considerado a “intransigência” do governo Lula em relação às negociações salariais. Para os professores, o governo não estava disposto a conceder o aumento salarial solicitado para este ano, e manter a greve só prejudicaria os alunos.
Antes da decisão das universidades, os professores e servidores técnico-administrativos dos institutos federais já haviam decidido encerrar a greve. A decisão foi anunciada pelo Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais na Educação Básica, Profissional e Tecnológica) após uma assembleia.
Os servidores representados pelo Andes e pelo Sinasefe reivindicavam um aumento de 3,69% em agosto deste ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. O governo ofereceu 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.