O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em audiência realizada recentemente, estabeleceu um cronograma para as próximas etapas do processo de recuperação judicial da plataforma de turismo 123milhas. A empresa terá um prazo de 30 dias, a contar da última quarta-feira, para apresentar a relação completa dos credores com os valores a receber.
A divulgação dessa lista será feita através do Diário Judicial Eletrônico, com um link que reunirá os mais de 700 mil credores. Após esse período, as empresas do grupo terão mais 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial, como determinado pela juíza Cláudia Helena Batista, da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte.
A magnitude da recuperação judicial da 123milhas tem sido um desafio, devido à grande quantidade e diversidade de credores, além das complexidades tecnológicas envolvidas. A juíza ressaltou que a empresa tem cumprido com suas obrigações fiscais, contas diárias e salários dos funcionários, porém, no momento, não está realizando os pagamentos devidos aos credores.
Em novembro, o período de suspensão de execuções judiciais da empresa será encerrado. Após a aprovação do plano de recuperação judicial, começará a fase de pagamento aos credores. No entanto, caso a empresa não cumpra com o prometido, a recuperação poderá ser convertida em falência, conforme explicou a juíza.
Os fundadores da 123milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira e Augusto Júlio Soares Madureira, estiveram presentes na audiência. A juíza solicitou que os credores evitem entrar com impugnações neste momento, devido à quantidade de pessoas e documentos envolvidos no processo.
O pedido de recuperação judicial da 123milhas envolve aproximadamente 720 mil credores, incluindo indivíduos e empresas. A empresa entrou com o pedido em agosto de 2023, declarando dívidas de cerca de R$ 2,31 bilhões. A empresa Maxmilhas, pertencente ao mesmo grupo, também entrou com um pedido de recuperação judicial em setembro, declarando dívidas de R$ 226 milhões.