O ex-lutador José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, que faleceu aos 66 anos nesta quinta-feira, terá seu cérebro doado para a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) com o objetivo de aprofundar as pesquisas sobre a encefalopatia traumática crônica (ETC), da qual ele sofria. Em 2018, Maguila concordou em realizar a doação do órgão, com o consentimento de sua família, para a universidade.
A ETC é conhecida informalmente como “demência do pugilista” e é resultado dos repetidos golpes na cabeça que os lutadores sofrem ao longo de suas carreiras. A FMUSP possui um grupo de pesquisa dedicado ao estudo do impacto desses traumas e concussões em atletas de diferentes modalidades esportivas, como boxe, rúgbi e futebol.
Além de Maguila, outros atletas como Éder Jofre, ex-pugilista falecido em 2022, e Bellini, capitão da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1958 e falecido em 2014, também doaram seus cérebros para a FMUSP. O banco de cérebros da instituição é referência no Brasil e na América Latina, permitindo a realização de importantes estudos científicos.
A encefalopatia traumática crônica é uma condição causada por traumas repetidos na região do cérebro e é comum em atletas, soldados e ex-combatentes. O diagnóstico da doença envolve exames de imagem, histórico de lesões e sintomas como depressão, raiva e perda de memória. Não há tratamento específico para a ETC, mas medidas de suporte podem ser adotadas para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Maguila, nascido em Aracaju, Sergipe, foi um renomado lutador de boxe, com diversas vitórias e títulos em sua carreira. Após se aposentar dos ringues, ele também se destacou pelo carisma e pelas entrevistas pós-luta, além de ter trabalhado na TV Record. Sua doação para a pesquisa científica representa um importante avanço no entendimento e prevenção da encefalopatia traumática crônica.
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