Proposta de taxação global de 2% para super-ricos ganha apoio em nível internacional, divulgou ministro
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta quinta-feira (23) que a proposta brasileira de tributação global de 2% da renda dos super-ricos, apresentada durante a presidência do Brasil no G20, está ganhando adesão de diversos países em um curto período de tempo. Ele enfatizou que, se a medida se concretizar, trará benefícios inéditos para a humanidade.
Haddad destacou a rápida aceitação da proposta por parte de países como membros do G7 e da Europa, evidenciando a importância e relevância do tema. Durante o Simpósio de Tributação Internacional do G20, que aconteceu em Brasília entre terça-feira (21) e quinta-feira, o ministro comparou a iniciativa brasileira ao Pilar 3 da OCDE, destacando a necessidade de ampliar as discussões e envolver representantes de diversos setores.
O ministro enfatizou a importância de manter o debate em andamento, visando melhorar a proposta em conjunto com a participação de países e sociedade civil. Ele ressaltou a postura rebelde, mas construtiva, do Brasil ao trazer o tema para a mesa de discussões e apontar um caminho diante das desigualdades econômicas globais.
A proposta de taxação global dos super-ricos foi apresentada pela primeira vez em uma reunião do G20 em São Paulo e ganhou apoio de países como França, Espanha, Colômbia, União Africana e Bélgica. Mesmo com a rejeição dos Estados Unidos à proposta, países como a África do Sul, que assumirá a presidência rotativa do G20 no próximo ano, estão apoiando a iniciativa.
O economista Gabriel Zucman, um dos idealizadores da proposta, estimou que a taxação afetaria apenas cerca de 3 mil indivíduos em todo o mundo, com potencial de arrecadação na ordem de US$ 250 bilhões anualmente. Estudos realizados no Brasil indicam que a implementação do imposto mínimo de 2% sobre a renda dos 0,2% mais ricos do país poderia arrecadar R$ 41,9 bilhões por ano, impactando positivamente setores como Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente.
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